Saio de mim.
Observo-me.
Sou mar vigiando a ilha
volteando seu redor,
tentando explicações...
Busco me compreender.
De longe e de perto
há muito de encoberto.
Pego carona numa onda
que me leva e traz...
passado e presente
vasculham-me a
mente,
travam embate perspicaz
a procura da fase em que me perdi,
onde o obscuro não refaz
o que não lembro mais.
Apaguei com borracha
e ninguém me acha.
É onde me desconheço.
Onde a angústia mora
e o nada me consola.
Imagino uma escada
e recomeço outra vez
do primeiro degrau.
Vou limpando as fuligens
até alcançar o último,
e clarear o que tranquei.
Talvez assim me ache.
E me traga num encontro
surreal.
Carmen Lúcia