O amor não floresceu.
Perdeu o viço. Minguou.
Ninguém cuidou. Ninguém regou.
Agora só o pódio importa.
A vida não, ela é em vão.
Parou.
O poder disputa subidas,
pisa valores,
doa a quem doa...
E dói demais.
Dilacera. Reverbera.
O amor fica atrás da porta.
O ter vence o ser
e o ser deixa de ser.
A existência banalizada
sufoca a essência, a sobrevivência.
Silencia a alma.
Então, que se distancie...
O abraço pode ser fatal.
O riso é descomunal.
Encontro, só consigo mesmo.
Mergulhar nas profundidades do eu,
entrar na reentrância do âmago,
salvar a relevância do existir.
Regar com lágrimas o solo infértil,
matizar a flor que perdura,
salvar o amor que cura.
Carmen Lúcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário