Fim de linha
O poço esgotou.
A água secou.
Agora tentar sobreviver.
Ar rarefeito.
Tudo foi feito.
Sugado.
Retirado daqui e de lá.
Não há expectativas.
Avanços tecnológicos não chegam até lá.
Física quântica não repara as partículas.
Resta ansiedade do final da espera.
Nenhuma luz altera o que foi prescrito.
Palavras repetitivas desconstroem versos.
Nenhum juiz absolve se é lei da vida.
Conspira contra, o universo.
Apenas alguns paliativos,
curativos da alma
que teima em se enganar.
Pensa que é cedo.
Não tem medo.
Algumas belezas ainda encantam
sem o viço de antes.
Nascer e por do sol, giros do girassol, noites de luar, estrelas a brilhar...
Hoje têm o gosto do não mais.
Músicas estridentes, letras sem nexo, aberração...
Não tocam o coração.
Visão holística não vê a vida como um todo.
Sim como engodo.
Mas enquanto se vive, há esperança.
E nessa linha tênue que balança
está todo equilíbrio, segurança.
Única alternativa:
Deus, onde está?
Carmen Lúcia
(27/07/2022)