Cenário da vida
Lá fora corre a vida.
O ar penetra pulmões.
O sol ilumina,
acelera corações.
Pessoas transitam.
A pressa.
Buzinas agitam, atropelam, sufocam.
O vaivém intermitente,
a sede de viver.
O movimento (sobre) natural alastra
no tempo atual.
Felicidade? Quem sabe?
Ainda resta esperança.
Cá dentro o ritual é outro.
Ar rarefeito, chagas no peito.
Cansaço, puído cada pedaço,
movimento parado.
Arrependimento?
Ter feito diferente.
Um dia a gente aprende,
ainda que esse dia sempre se ausente...
Resta a esperança?
Cansada, resolveu partir.
Ou não vir...
Sem pressa, a vida a se despedir...
A dor fica mais um tempo,
seja quanto tempo for...
( Carmen Lúcia)
Dezembro/ 2019