quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Paragens


 












 

Prossigo

embora fique aqui.

Após algumas paragens

finco meu machado nessa

e paro.

Cheias de impossibilidades

são paragens que inibem continuar.

Veracidades atrozes,

profecias, prognósticos letais.

A lei do retorno,

consequências fatais.

 

 

A obrigatoriedade

da voz da consciência

impede-me os passos.

Não o meu espaço ilimitado

 guardado no mais sacro de mim

carregando o cansaço de não poder ir.

Quebrando pedras,

plantando flores,

sou Cora Coralina

no isolamento,

 no clamor de meus amores.

 

 Desenho o recomeço.

Abraço o universo.

 Vida sem disfarces,

realidade que desconheço

e feito leque vai se abrindo

numa revelação de porquês.

 

Da janela vejo um novo sol,

a lua nascer de outro arrebol

em sua fase mais feliz...

o horizonte beijar o mar,

o céu escrever outro enredo

e a humanidade atravessar

o oceano de seus medos.

 

 

Carmen Lúcia

 

 

 

 

 

 

 

 


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