segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Pandemia


 














Hoje o texto é mais profundo.
Abrange os quatro cantos do mundo.
Perde a suavidade do antes,
a leveza das palavras amenas,
envoltas de amanhã...
Subscreve o depois entre parênteses,
sem ênfase, conteúdo cambaleante,
sem rumo, sem prumo, prestes a desabar.
Repleto de incoerências pesa nas negligências
num contexto que não convence mais.
Dispensa atenuantes, foca-se em fatos
já constatados, marcados, marcantes.
Retranca alegrias,
os planos prolongados.
Perambula reticências...
Dúvidas vestem presenças constantes,
acentuam marcas de expressão
e a impressão de não ter fim...
Lacunas são lacradas de indecisões.
Mas as entrelinhas, doces entrelinhas...
pedem para não acreditar...
Consolam. Tudo vai passar.
Vírgulas pausam, pedem fôlego.
Há espaço e o texto pode mudar...

Carmen Lúcia

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