sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Dias iguais


 












 

 

Nessa rotina de dias cruciais,

 mar igual e barcos desiguais,

tempo diferente sujeito a temporais,

o medo, a dúvida, a ansiedade

de mãos dadas querem assustar...

 

Num cerco ao ser humano

fazem a ciranda girar

sem ter onde ancorar ou resistir.

Ao homem resta se resignar.

Guarda consigo os motivos

que o levam a sonhar.

 

Mergulha em si para refletir.

Busca encarar sua alma,

achar algo que o ajude a ser.

Seu próprio ventre para renascer,

sua sensibilidade para florescer,

desabrochar na arte de escrever,

cantar, dançar, viver.

 

No azul de um céu em festa

o sol é luz, é lampejo, é abraço...

A natureza viva manifesta

a paz que viraliza sem fazer mal.

 

O homem compreende, sem falar,

necessário se faz isolar...

quem sabe uma onda de amor

vinda do universo ou algum mar

traga o bem e carregue a dor.

 

 

 

Carmen Lúcia


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