segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Vejo flores







Vejo flores se abrindo
em meio a  jardins e canteiros,
sinto-me flor o dia inteiro,
 beija-me o beija-flor,
doce carinho passageiro.
Flagro girassóis nascendo,
revirando-se à  luz do sol,
 abastecendo-se…
Giro os rodopios das rodas,
de arrebol a arrebol,
enquanto durem as voltas,
anoitecendo-me…

Piso campo florindo
 abrindo-se ao simples toque
e a olhos vistos resplandecidos 
sem toques de recolher…
As cores de todas as cores 
se pintam em mim
colorem minh’alma
de puro jasmim…
Corro mundos inteiros,
busco o futuro por vir
e o porvir vem chegando…
Ficará até quando?

Roubo o feitiço da lua,
cirando a rota lunar,
viro estrela na rua,
cuido  pra sempre brilhar.
Cruzo linhas paralelas,
viajo outro patamar,
 parto para o  infinito,
desconheço o finito de mim.
Creio que nada se acaba,
muda-se,  não há fim…
Sou aquilo  que penso,
muito além do que imagino.
Não há universo que não se alcance,
ainda que a estrutura balance
e o equilíbrio tenda a desequilibrar…

O pensamento segue o comando
da mente livre para o guiar…
Livre para voar…e virar…
Vira flor, vira cor, vira alegria,
permeia os versos, vira poesia,
vira pássaro, alça voo,
vira lenda ou magia,
vira vida, pula a morte,
vira o que não mais importe,
vira o que queira virar.
Depende da sorte.
(ou do azar)


(Carmen Lúcia)








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