segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Fama




Subiu os degraus da fama,
deu de si o que podia...
o que pensou ser seu melhor,
atropelou o bem que havia
bem ao seu redor...
deixou à revelia
valores que engrandeciam.

Sem ponderação, ultrapassou limites.
Sentir-se lá no alto, observar de cima,
ser cortejada, inflar a autoestima
era mais que um desejo.
Uma obstinação!

Foi manchete de jornais,
notícia de colunista,
capa de revista,
da mídia, a sensação.
Chegou ao topo
das camadas sociais.
Tornou-se a maior atração.

Esqueceu-se da essência,
quis viver de aparência,
mas tudo que é supérfluo
tende a se deteriorar,
dá vazão à turbulência
e todo glamour se esvai.
Começou a despencar
sem ter onde se amparar.

Percebeu que o sol se esconde,
perde-se no horizonte
e toda luz se apaga
quando a alma não tem chama...
E desalmada reclama
os valores imateriais
que lhe foram banidos,
tirando o colorido
de sua forma existencial.

Hoje, da fama à lama,
do cimo ao chão...
Esquecida, ensandecida,
ainda vive de ilusão…
pensa ser uma estrela,
a mais brilhante
de qualquer constelação.


(Carmen Lúcia)

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