quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Chuva fina






Chove…
A esperança renasce
em gotas cristalinas
vindas de um céu  despojado
criado pra sempre prover
livrando o não lavrado,
cânticos do bem querer.

Chove…
No deserto de mim
e o frescor da chuva fina
ameniza o limiar do fim,
orvalha o seco da vida,
alaga a dor reprimida,
 estio plantado sem jardim.

Chove…
 O bem que vem do alto
refresca o calor do asfalto,
desfaz o nó bem atado,
apaga o maldito feito
 proibindo a razão de ser,
mareja o chão que decolo
 voando  com minha ilusão
em busca de inspiração
e regresso  um novo verso.

Chove…
A terra fica em festa,
rolam pedras, abrem-se frestas,
surgem borboletas orvalhadas,
infestadas de cores, jardins e heras,
julgando ter chegado a primavera.


(Carmen Lúcia)


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