terça-feira, 31 de março de 2015

Da janela...



Da janela...



Da janela vejo as folhas se entregarem
voando lentamente ao outono, com o vento,
buscando o alento de efêmeras moradas,
cumprindo a missão que lhes foi predestinada.
 
Da janela vejo o inverno incisivo
com seu poder decisivo de congelar e lacrar
 jazigos onde folhas esquálidas repousam
pra renascerem quando a estação voltar.
 
Da janela vejo a vida ser mais bela,
o tempo de espera faz surgir a primavera
antes recolhida, adormecida sob a terra,
brotada das sementes, renascida em folhas verdes,
nas flores coloridas, perfumadas e singelas.
 
E as estações do ano nunca encerram suas lidas,
morrem e renascem retratando a própria vida...
Bailam pelo tempo em performances verdadeiras.
Terá a vida a mesma significação?
Da janela vejo a próxima estação...
Quantas mais verei até a derradeira?
 
 


               _Carmen Lúcia_
 

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