domingo, 15 de março de 2015

Espero...





Espero…



Espero do amanhã,  a manhã
que convença, cause, aconteça,
rejuvenesça a velha esperança
às vezes apagada, outras, chama acesa
a derreter a vela,  findar o pavio,
reacender a crença de quem crê,
mas nunca viu.

Espero do amanhã, a  manhã
de brilho um tanto diferente, irreverente
ao frescor das folhas, ao cheiro das maçãs,
ao meu jeito indolente de me acomodar,
de me mesclar  com o dia,
de  me deixar levar.

Espero do amanhã, a manhã
de sol ardente, surpreendente,
 mudar o ritmo da vida dolente
retida por não saber aonde  ir,
trancada pela chave que tenta coibir
a dar novos passos
a uma nova dança
nova ciranda ao redor do dia
a acordar a lua em plena coreografia.

Espero do amanhã,  uma manhã
alegre, diferente, transparente,
trazendo recados sem recatos
no papel em branco, gravados,
projetando luz no  que virá
no que acontecerá
no que mudará
no que será.

(Carmen Lúcia)


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