sábado, 14 de novembro de 2015

O poeta chora...




E o poeta chorou…
Chorou pelo que podia ser
e não foi…
Por tudo que cultivou
e não deu…
Pela flor que poetizou
e morreu.
Chorou pela insensatez,
pela aridez que se assolou,
pela pequenez que se inflou,
combalido mais uma vez
por ter perdido o sentido
tudo aquilo que fez…
Pela “esperança equilibrista”,
pelo fim do show do artista,
pela crueza fria que se estabeleceu,
pela paz que o mundo, um dia,
creu.
Chorou convulsivamente
de uma só vez…
Como uma criança
que sem nada entender
precisa, de repente, crescer,
castigada pelo que não fez,
esquecer a bala que a amargou,
encarar o mundo mau que hoje se instalou.
E o poeta chora…
Fora vencido nessa hora.
Chora por mim, por você,
pelo que sonhou…
As lágrimas são palavras
que não quer dizer
agora.


_Carmen Lúcia_

Nenhum comentário:

Postar um comentário