segunda-feira, 13 de abril de 2015

Flor



Nascera Flor...
Flor-de-maio, Flor-da-noite, Maria Flor...
Em meio aos encantos de oferendas matinais,
Batizada com fragrâncias de essências florais,
Banhada em gotículas orvalhadas de cristal,
Predestinada a realçar o bem e extirpar o mal.
Crescera Flor...
Livre, entre flores tantas de verdejantes prados,
Fora desde a rósea tulipa à camélia descorada...
Seduzida por suspiros de fogosos jasmins...De jardins!
Abandonada!
Perdeu-se pelo campo sangrando o seu pranto.
Conhecera a dor! O primeiro amor...
Vivera Flor!
Rosa se tornara! Vermelha! Rubra estrela!
Brilhante e bela! Insinuante donzela!
Amara mais que a vez primeira! Estremecera!
Rosa rainha, no cais aportou...Desabrochou!
E com soberania, mudou seu destino. Desatino!
Quis aquecer o inverno, o frio da estação.
Florear noitadas, enlouquecer paixão!
Como dama-da-noite, na noite se fartou.
Na dança se encontrou, o tango coroou.
Pelos caminhos se despiu...Despetalou!
Morrera Flor...
Hoje, suas pétalas derramadas inundam.
Seus espinhos cravados causam dor.
Seu néctar desejado, não mais libera.
O perfume desimpregnou a Flor.
Quem sabe ainda renasça n’outra Primavera...
Plena de amor!

      
(Carmen Lúcia)

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