domingo, 9 de março de 2014

Dor tangente

 



Brada o silêncio
a dor tangente que fica
quando o amor se vai.
 
(Im)Piedosamente
se faz presente
-mente-
canta canção
- simulação-
 
Esbanja abraços
se embola em laços
em  nós  atados
no coração,
em mim.
 
Como jasmim
num jardim d`Outono...
 
Pura melodia
ou emoção
nesse momento
de poesia e abandono.
 
 A dor entoa
(por mais que doa)
 acordes de bandolim.
 Se faz saudade...
Sem dó nem piedade
cavouca lembranças
de um amor sem fim
como se fim não houvesse
e tanta tristeza coubesse
no meu coração,
em  mim.
 
 Abraço-a.
Se a dor insiste
 rebate a vida,
a emoção persiste
 ainda que sofrida,
e toda inspiração
gerada da agonia
recolhe lindos versos
compondo  poesia.
 
Confunde a solidão
por não estar tão só,
por sermos par constante,
ao menos um instante,
na dança  exaurida
que baila a despedida
ao som do bandolim...
 
Ah, dor! Que  é canção,
é flor de meu jardim,
 toca o coração,
 dói dentro de mim.
 
 
 
 Luiza Caetano e Carmen Lúcia

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