quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Quantas vezes

Quantas vezes

Quantas vezes


Quantas vezes sorri querendo chorar
quantas vezes fui , querendo ficar
quantas vezes calei querendo falar
quantas vezes errei querendo acertar
quantas vezes amei querendo odiar
Quantas vezes ...Quantas vezes...

Quantas vezes silenciei ao invés de gritar
e paguei a duras penas por não me pronunciar. 
Quantas vezes disfarcei, quis representar
achando que a dor não fosse  me achar
e ela me surpreendia mesmo quando me iludia.
A dor não há como driblar. 

Quantas vezes comecei  e tive que recomeçar
com a certeza de que seria fácil, 
mas o difícil se fez predominar.
Quantas vezes senti o barco afundar
e lutei contra as marés até  à beira do mar.

Quantas vezes julguei  o certo e o errado,
imaginei que o errado poderia ser o certo
e o certo, o errado encoberto.
Quantas estrelas guiaram meus passos
 direcionando-os ao acaso...
Que são as estrelas senão somente rastros
de ilusões do passado?

Quantas vezes perguntei  e esperei  calada
e o silêncio foi a resposta a se expandir no nada.



_Carmen Lúcia_

Nenhum comentário:

Postar um comentário