quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Alegria profana




Oh...Alegria tanta,
a fazer alarido
dentro de mim...
a me pôr a bailar
a mais despudorada
e sacrossanta dança,
a provocar mudanças,
a realçar nuanças.
Diante de tal exuberância
deuses se ajoelham
e santos deixam o altar!
Oh...Alegria tamanha,
isenta de artimanhas,
entra-me pelas entranhas
excita meu palpitar,
afaga o meu dorso,
tateia meu pescoço,
sussurra em meus ouvidos
e me faz arrepiar.
Então me pego dançando
o ritmo que imaginar.
Oh...Alegria bizarra,
a me tirar o fôlego
fincando-me sua garra,
ganhando-me com um sopro,
fragilizando meu corpo
na dança que não é das águas
tampouco dança do fogo,
e sim o meio termo,
solidão e sofreguidão,
que apaga a amargura
e dores escorrem pro chão.
Oh...Alegria insana,
que rouba-me a lucidez.
me pinta um quê de profana,
banha-me em sua liquidez
e mesmo estando só
perco-me na multidão,
que sua euforia sugere
com toda magia que insere.
Alegria que grita mais forte
colore a lida, pincela a sorte,
onde o sonho maior se aninha,
nessa dança que realça a vida
contida na alma que é minha.

              (Carmen Lúcia)

29/06/2008

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