Lá
vai o timoneiro
em
seu barco parco
cruzando
seu roteiro
num
mar alto e pardo.
No
comando da vela
ao
vento atento, apela,
não perder a direção,
o brilho da constelação.
Que
a manhã nasça de luz
e
o sol reflita nas águas
o
azul que no céu reluz
sombreando
dores e mágoas.
E
o bardo timoneiro
navega
o tempo inteiro
em
busca de versos
a
preencher seus reversos.
Palavras
ondulam nas ondas,
gaivotas
riscam os céus,
cessam-se
infindáveis rondas,
movem-se
as águas em escarcéus.
Juntar
palavras, dar-lhes asas,
transformar
larvas em borboletas,
brincar
de ciranda com as letras
e
girar, girar... atravessando o mar.
Volta
ao cais, o timoneiro,
pescador
de dias mais risonhos,
os
espaços vazios, já cheios.
Joga
a rede repleta de sonhos
num
porto onde jaz o abandono.
_Carmen
Lúcia_
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