sexta-feira, 11 de abril de 2014

Enfim...



    Enfim...


Enfim, encontro-me nesta paragem.
Nem sei se por mim ou pelo quase fim.
Talvez pelos dois. A vida é assim.
 Ansiedade louca de se chegar ao depois.
 E depois?
 Das prerrogativas e abordagens,
 dos estragos e vantagens
expostos à mesa, num leque aberto,
repleto de probabilidades e incertezas
onde o livre-arbítrio é um passo incerto?

Penso que parto, mas estou vindo.
Penso que venho, mas estou indo.
Chegando, partindo, chorando, sorrindo.

A adrenalina é pouca,
a resistência é rota,
 a estrada, precária,
consumida nas extremidades
após  penúltima cartada.
 A passagem estreita
reduz a velocidade.

A marcha lenta adentra
sem a fobia de querer chegar.
Alenta-se nos detalhes
antes alheios ao meu olhar.
O tempo passa, mas agora há tempo
de ver o mar, o luar, as estrelas,
as cores, as flores, as riquezas
sentindo a docilidade de cada lugar.

Belezas jamais vistas outrora
imbuídas na corrida insana
de se alcançar o agora.

(Carmen Lúcia)


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