quarta-feira, 23 de abril de 2014

Névoa



   
Persigo a luz por trás da névoa...
Preciso encontrar o caminho.
Meus pés cansados são descaminhos,
já não me levam a lugar algum.

O silêncio aumenta o vazio,
faz de minh’alma seu cais...
Meu corpo já não é meu, só o frio
me agasalha ou me desfaz.

Onde estará minha vida?
Em qual rua a deixei?
Só restam pedaços de mim
em cada esquina que passei.

Só vejo bruma esfumaçada,
a luz se esconde atrás dessa cortina
encobrindo a rua, a lua, na madrugada.
Espero ter o que ainda espero,
o que ainda creio, o que ainda quero.

Só assim partirei...
Assim como cheguei.


_Carmen Lúcia_

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