segunda-feira, 30 de abril de 2012


Amor de mãe (dor sem nome)

Amor de mãe (dor sem nome)
(imagem copiada do Google)


No peito, o coração chora...
Em silêncio emite uma oração
levada a todos os cantos
pelo poder da emoção
que transcende o limite das horas,
do tempo, do espaço, do cansaço...
O limite de si mesmo.
Prostra-se ao chão
em sublime submissão,
em forma de cruz, simbolizando Maria,
Jesus!


Há muito o ritual é executado,
desde o dia em que ele fora levado.
Chora sem lágrimas...
O pranto secou
sem estancar a dor que ficou
e sangra a saudade infinita que arde,
queima, persiste, invade.
De joelhos, implora...
Senhor, traz meu filho agora!


O vazio instalado na alma a escora,
o colo que o acalantava ainda balança,
no regaço ainda envolve num abraço, a criança,
que mesmo crescido, sempre o será,
que não estando aqui, sempre estará.
E a voz entoa a velha cantiga de ninar...


Olha para o céu...
A última estrela ainda não se apagou.
Seria um sinal de que ele voltou?
Seria o filho, a estrela que ali se postou?
Transmuta-se para lá
seguindo aquele brilho a lhe guiar.
Amanhece o dia, desfaz-se a magia...
E a dor (sem nome) ocupa seu lugar.
 
 
(Carmen Lúcia)

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