sábado, 22 de outubro de 2016

Sem direção

















     

Aponta-me um caminho
de pedras, de flores, espinhos…
Mostra-me a direção,
uma pista, um traço, um vão…

Devolve-me ao meu ninho
devastado pelas incertezas
das convicções embusteiras,
 armadilhas traiçoeiras
 plantadas para depredar
o espaço onde piso os pés
e ando ao revés sem nunca chegar.

Ilumina a escuridão da sombra
que anoitece meu itinerário,
quero ver a luz brilhante
acender o pavio da vela
e toda sacrossanta fé
incandescer o santuário,
revelando, num instante,
o final de tanta espera.


Indica um ponto sequer,
um sinal, qualquer hora,
uma rua, um porto, um cais,
um talvez, um agora...
um lugar onde possa chegar,
uma estrela que me guie
já que a manhã não vem mais
e preciso continuar…


(Carmen Lúcia)



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