Caminho.
O percurso de sempre.
Percorro o que não condiz
com minha mente.
Um desassossego invade meu
ser,
arrasta-me para ver o que
ali não existe.
Sussurra-me aos ouvidos: Ouça!
Paro.
Mas a inquietude persiste…
A melodia insiste em ressoar
a trilha sonora que me
persuade.
Uma força misteriosa
invade.
Rendo-me.
Deixo-me levar por ondas
magnéticas
até onde o sonho permite,
e ele jamais impõe limite…
Minh’alma deixa aquele lugar.
Lá estou e não estou.
Sem impasse encaro o desafio.
Reconheço-me na arte, no
que me impactou,
em toda a beleza que se
esconde
na pura expressão de amor,
força movedora a segurar o
tempo.
Arrebatada pelo
mistério de sua magnitude
vejo toda a plenitude de
seu esplendor
e ainda me sinto faminta de
vida interior.
Comparo.
Arte está imbuída na
mística da fé.
Ambas ocupam o mesmo
patamar.
Movem, comovem, removem.
E de lá volto ao mesmo
lugar
onde me deixei levar, meu cais,
com a grata sensação
de ter conhecido a paz.
(Carmen Lúcia)
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