sábado, 24 de setembro de 2016

Desfile de flores



Poesia criada nos idos de 2007, sem mudanças na ortografia.
Desfile das flores
Num reino encantado de olores e cores,
Onde a fantasia sugere poesia,
Desfilam faceiras, abertas aos amores,
As flores mais belas do "Rancho das Flores”.
Vem a margarida, tão cheia de vida,
Com saia de pétalas, girando, atrevida,
E a orquídea esnobe, altiva e rica
Lembrando a nobreza da corte esquecida.
Agora...suspiros...rubores...pudores...
Maria-sem-vergonha, de ardores, fulgores,
Tão discriminada, até ultrajada...
Porque dá à toa...Que triste! Coitada!
Logo em seguida, o lírio do campo
Com sua pureza, vestido de branco,
Recompõem-se as flores num clima de paz,
Recobram os valores, a moral se refaz.
A um certo perfume...silêncio total...
É a dama-da-noite, beleza fatal!
Atrás dela o jasmim que saiu do jardim
para a dama aplaudir...e sonhar...e sorrir...
E no ar, de repente, um calor eloqüente
Faz as flores tremerem, suores intermitentes
Exalam fragrâncias, ao vê-lo à distância...
É o amor-perfeito com um cravo no peito.
Feito uma estrela, a papoula vermelha,
Com “caras e bocas” a quem quiser vê-la,
Roubando os olhares, a tulipa amarela
E sua postura, beleza singela.
Ponto alto da festa, momento de esplendor,
Violetas dançaram a “Valsa do Imperador”!
Não se apresentaram as viçosas açucenas,
Presas nos caminhos a ouvir cantilenas.
Chegaram as onze-horas colorindo a passarela,
Dando passagem a ela...à rosa...a mais bela...
Curvaram-se todos em respeito à donzela,
Rosa rainha e seus espinhos, as sentinelas!
De repente, um acidente...e fala a bromélia:
-Caiu lá do galho a insinuante camélia!
O chourão choramingou e surgiu no jardim
Com uma placa na mão anunciando:
Fim!

_Carmen Lúcia_

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