segunda-feira, 4 de julho de 2016

Por força do hábito




Por força do hábito
dopamos os defeitos
e vamos "aos fazendo de bonzinhos"...
Com o tempo a tolerância domesticada
esconde por debaixo dos panos
a rebeldia
o olhar irreverente
o rosário
as crendices

De certo ficamos desertos
de ilusões perenes
almas esfarrapadas
cambaleamos feitos zumbis
até que a linha do tempo
esgote

E o que fica como legado
jamais é cultivado...
 Vida fraudulenta
forjadas virtudes
omitindo o que fomos
querendo ser o que somos
mas isentos de atitudes

E o olhar outrora escondido
de irreverência despercebida
quer agora se pronunciar...
E o rosário desfeito
de contas puídas
espelha a rebeldia
que semeou nossos dias
vendo o tempo passar...



Carmen Lúcia e Fátima Cerqueira

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