Junto-me à sensibilidade
e a tudo o que lhe faz
parte:
o suave desabrochar da
flor,
a beleza infinda do final
da tarde,
a rima que se perde à
revelia
e se arrima onde explode a
euforia,
o verso que quer se
declarar
e de repente fala sem
falar.
A angelical bailarina,
a arte que predomina
e desalinha o próprio
coração
descompassado por tamanha
devoção.
A canção que virou
saudade,
seus acordes que me
persuadem
induzindo-me através do
tempo,
passando devagar por onde
já nem lembro.
Junto o amor e a dor
- amar é sorrir, é chorar-
à alma vigilante e inquieta do poeta,
usurpador de sonhos,
caçador de fantasias,
às cores outonais da
nostalgia
pincelando as manhãs da
estação
embaçada de orvalho e de
paixão.
E assim vou compondo minha
poesia…
(Carmen Lúcia)
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