quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Morre o poeta?



Morre o poeta?

(para Nathan de Castro)

_in memoriam_



Morre o poeta.
Morre?
Seria morte a canção que canta
as estações da vida em alto e brando som?
Seria morte a flor que anuncia
 a primavera vindo no jardim do amor,
cântico dos cânticos, em versos,
nascidos de seu criador?

Morre a alegria da inspiração
cantando em versos a voz do coração?
Morre o orvalho das manhãs
ao chorar o que na noite se perdeu
e numa lágrima amena, apenas,
desabafar a dor de quem sofreu?

Morre o poeta?
E as rimas que bailam, que pairam
tangendo os vazios, a vida inteira?
Ritmam os versos em cada final 
em cadência suave ou zombeteira,
 tornando-se imortal.
E a poesia extravasada da euforia...
não coube no peito, quis se rebelar...
falar de tudo, sem contudo realmente falar.

Não, o poeta não morre.
Muda de lugar.
Como o brilho da estrela, se perpetua.
Voa para o céu, se aventura.
Onde quer que vá
a luz lhe alcançará
e nos guiará.


_Carmen Lúcia_




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