Morre o poeta?
(para Nathan de
Castro)
_in memoriam_
Morre o poeta.
Morre?
Seria morte a
canção que canta
as estações da
vida em alto e brando som?
Seria morte a flor
que anuncia
a primavera vindo no jardim do amor,
cântico dos
cânticos, em versos,
nascidos de seu
criador?
Morre a alegria da
inspiração
cantando em versos
a voz do coração?
Morre o orvalho
das manhãs
ao chorar o que na
noite se perdeu
e numa lágrima
amena, apenas,
desabafar a dor de
quem sofreu?
Morre o poeta?
E as rimas que
bailam, que pairam
tangendo os
vazios, a vida inteira?
Ritmam os versos
em cada final
em cadência suave
ou zombeteira,
tornando-se imortal.
E a poesia extravasada
da euforia...
não coube no
peito, quis se rebelar...
falar de tudo, sem
contudo realmente falar.
Não, o poeta não
morre.
Muda de lugar.
Como o brilho da
estrela, se perpetua.
Voa para o céu, se
aventura.
Onde quer que vá
a luz lhe
alcançará
e nos guiará.
_Carmen Lúcia_
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