sábado, 19 de outubro de 2013

O nascer da poesia







Frêmitos navegam meu corpo, ancoram minh’alma,
despertam sensações latentes vertendo mares desconhecidos,
vêm com o calor que queima e a mansidão que acalma,
veleiros a velejar por versos ainda não traduzidos.

Clamam por detalhes escondidos pelos cantos,
sonhos demolidos, restos de paixões pelas esquinas,
pedintes que esmolam, ignorando seus encantos
que afloram minhas retinas, rabiscando rimas.

Partículas que teimam em clarear a escuridão
rogando que as recolham, saciando suas sinas,
pedaços que imploram por gestos de restauração.

Fecho meus olhos, entrego-me a devaneios,
e o nascer da mais divina inspiração
gera a poesia, aquietando meus anseios.


_Carmen Lúcia_

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