segunda-feira, 10 de junho de 2013

Dor tangente





Brada o silêncio
a dor tangente que fica
quando o amor se vai.
(Im)Piedosamente
se faz presente
-mente-
canta canção
- simulação-
Esbanja abraços
se embola em laços
em nós atados
no coração,
em mim.
Como  jasmim
num jardim d'Outono.
Pura melodia
ou emoção
nesse momento
de poesia e abandono.
A dor entoa
(por mais que doa)
acordes de bandolim.
Se faz saudade...
Sem dó nem piedade
cavouca lembranças
de um amor sem fim
como se fim não houvesse
e tanta tristeza coubesse
no meu coração,
em mim.
Abraço-a.
Se a dor insiste
rebate a vida,
a emoção persiste
ainda que sofrida,
e toda inspiração
gerada da agonia
recolhe lindos versos
compondo poesia.
Confunde a solidão
por não estar tão só,
por sermos par constante,
ao menos um instante,
na dança exaurida
que baila a despedida
ao som do bandolim...
Ah, dor! Que é canção,
é flor de meu jardim,
toca o coração,
dói dentro de mim.


Luiza Caetano e Carmen Lúcia

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