Pra que fresta? Pra que tramela?
Decidi escancarar minha janela...
Deixar de me esconder por detrás dela,
presa ao ostracismo que me invade
Nada de cortinas, chega de vidraças.
Quero ver o sol transpassar inteiro,
aberto, liberto, total,
a queimar meu corpo, aquecer a alma,
irradiar as flores de meu quintal.
Descobrir os cantos, mistificar encantos,
torná-los metáforas da vida,
reativar a esperança frágil e encolhida,
vê-la renascida sob nova luz.
Basta de raiozinhos, trancas nas janelas...
Quero o sol ardente derreter correntes.
Abrir janela e pular por ela,
juntar-me aos sentimentos que joguei lá fora,
catá-los com a mão, resgatar a emoção.
Obstruir os caminhos da dor...
Deixar ao acaso a restauração de meu ser.
_Carmen Lúcia_
Nenhum comentário:
Postar um comentário