Hoje resolvi pausar.
Fico aqui e deixo o mundo pra lá.
Estática, vejo-o rodar.
Livre, com a sensação de não estar…
Leve e a impressão de levitar.
Ser (im)pensante, esquecida do instante,
Isolada do que não posso transformar.
Me volto para mim.
Sou corpo no vácuo
despejado por alguma turbulência.
Não clamo por sobrevivência.
Não chego a ser pânico nem solidão.
O meio termo define meu padrão.
Hoje tiro os pés do chão.
Afasto-me do mundo, dou meia volta,
driblo os solavancos, os engodos, a revolta.
Sou meu próprio piloto
a resgatar micropartículas de mim.
Que a física quântica ou o
poder do pensamento
ou tudo que nos conduz,
ou tudo que nos conduz,
façam prevalecer suas leis,
sem distâncias ou anos-luz,
sem distâncias ou anos-luz,
e acelerem a teoria do fim.
(Ou recomeço.)
Carmen Lúcia
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