O tempo escorre…
E a vida devagar tolhe
devaneios parcos,
poucos,
sonhos enroscados,
perdidos, afoitos,
famintos de querer
ficar.
Ocultos em oposição ao vento
pedem por socorro
e não os carregar,
clamam abraços de um poeta louco
ao não se dar
conta
que o tempo é
pouco
pra investir tanta emoção
e se emaranha nesse espaço roto,
por contradição,
nessa trajetória breve
que descreve
um caminho torto
onde o espinho arde
e a flor já não mais dá.
Mas se o motivo é arte
há que se cumprir a sina
da poesia que invade…
Ainda que o sol se (o)ponha
e na última esquina
de qualquer rua
aponte nua
em inusitada quinta fase,
a lua.
Carmen Lúcia
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