quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Quem sou?



Já não sei quem sou,
onde estou,
pra que lado vou…
Me perdi na valsa da vida
sem  chance de me achar,
sem contrapartida pra me engabelar,
nada que me incentivasse a luta,
ousar a disputa, perder ou ganhar.
Descompassei ao querer girar,
cambaleei por todos os cantos
sem ter onde me aprumar.
Ceguei-me à ilusão de encantos,
quis parar…
Valsei a contradança sem par,
sem aliança imbuída de cumplicidade
na realização de sonhos,
e poder, um dia, com eles voar…
 Sonhos que me vestiram para me reencontrar.
Fugiram-me motivos, sorrisos, entusiasmo.
Secaram-me lágrimas, sinais de emoção.
Não mais encontro condução
a me possibilitar continuar.

Abraço a poesia.
Ela me reverencia,
 me acompanha noite e dia.
Com ela choro e rio.
Em segredo, desabafo.
Agravo e desagravo.
Nela eu confio.


_Carmen Lúcia_




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