Já não sei quem sou,
onde estou,
pra que lado vou…
Me perdi na valsa da vida
sem chance de me
achar,
sem contrapartida pra me engabelar,
nada que me incentivasse a luta,
ousar a disputa, perder ou ganhar.
Descompassei ao querer girar,
cambaleei por todos os cantos
sem ter onde me aprumar.
Ceguei-me à ilusão de encantos,
quis parar…
Valsei a contradança sem par,
sem aliança imbuída de cumplicidade
na realização de sonhos,
e poder, um dia, com eles voar…
Sonhos que me
vestiram para me reencontrar.
Fugiram-me motivos, sorrisos, entusiasmo.
Secaram-me lágrimas, sinais de emoção.
Não mais encontro condução
a me possibilitar continuar.
Abraço a poesia.
Ela me reverencia,
me acompanha noite
e dia.
Com ela choro e rio.
Em segredo, desabafo.
Agravo e desagravo.
Nela eu confio.
_Carmen Lúcia_
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