quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Caminhos e sonhos









Os caminhos estão abertos…
Um tanto que desertos,
talvez pela escassez de sentimentos
ou pela fartura de almas em desalento.
Basta escolher o que melhor aprouver,
 o mais estreito, o mais perto, o mais certo,
onde os pés não tropecem
e transitem a favor do vento
sem pisarem a paisagem do lugar
num tempo lento, pois pressa já não há.
 Sem se declinar em algum momento,
deixar-se levar pela brisa a passar
num voo rasante, volante,
de carona nas asas de uma borboleta
permeando cores, flores, vida, amores…
Horas morosas vertidas em ampulheta.

Caminhos que levam a conferir
onde se aportaram os sonhos,
os mais lindos, os mais ousados,
os mais inusitados ou tristonhos…
Em que desvio a luz não brilhou,
em que instante deixei de sonhar
e alguns se mofaram sem se vingar,
sem sequer a chance de recomeçar.
Em quais cantos repousam os encantos
que me fizeram sorrir, viver, descrever
o que a alma transborda em prazer.
 Agora clamam por voltar
e eu perdi o rumo, as asas pra voar.
Abraço o desencanto,
tranco os caminhos.
Posto-me num canto.



(Carmen Lúcia)




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