sexta-feira, 29 de maio de 2015

Através dos versos







Trago na boca sabor de sol,
 calor incessante a aquecer o sonho.
No olhar, a luz jorrada pelo arrebol,
acesa pela esperança  de um porvir risonho.
Na garganta a voz rouca de quem silencia
o brado resguardado a esperar pelo dia
de se  fazer ouvir o que a alma fala.

Trago nas mãos a calosidade da lida,
missão por hora  cumprida,
o que me reservou a vida, simples guarida,
acervo de minhas rimas e composições,
palavras recolhidas de minhas emoções
levando-me onde bem quero,
onde almejo e espero  
a realização dos sonhos.

Trago na alma a lágrima do inocente
que ao se calar, consente,
a culpa que jamais foi sua,
julgado a revel, justiça incomplacente,
verdade inconveniente,
injustiça a prevalecer,
e o culpado jamais castigado.

Minha  impotência em só descrever
 fragilidades em estrofes e  versos
 captadas de um mundo adverso
talvez possa ir além de escrever…
Um dia toque o ser insensível.
Quem sabe fale ao coração de alguém.




(Carmen Lúcia)





Nenhum comentário:

Postar um comentário