segunda-feira, 22 de abril de 2013

Bailarinas




Leves, tão leves, mais leves que a própria  leveza,
Comparadas a uma linha tênue, sutil,
Levadas por um sopro, aragem febril,
Girando sempre, eternamente, sem partir,
Sem  ferir,sem dissuadir, sem iludir,
Sem realmente ir...

Asas invisíveis, voos indescritíveis,
 provam a si mesmas
a  não  gravitação entre Terra e céu,
entre corpo e alma,
entre céu e léu,
entre tudo e céu...
mundo a parte que reparte
enlevo,entrega,beleza, o surreal...

Pisam sem pisar, lançam de  mansinho
Sentimentos a fluírem em suave virada,
Chuva de prata, tamanha é a força da arte
Que dança, alcança o tudo e o nada
Povoando o vácuo com a postura
De quem sabe, quem inspira, quem lidera,
Quem ganha altura,
Quem espera o momento exato de descer
E tristemente encarar a vida
A girar sem rodopios,
A contundir a essência
Da coreografia –ironia –
Maculando as rimas, os versos
A sonoridade da melodia,
A poesia nascida das bailarinas.

_Carmen Lúcia_

4 comentários:

  1. Delícia de poesia, amiga!
    Imaginei a música e rodopiei em sintonia com toda a descrição e sentimentos envolvidos no teu poema.
    Lindo!!!
    Beijos

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    1. Obrigada, amiga e poeta Goreti!Agora quem rodopia sou eu, pelas suas palavras.

      Outros beijos mais!

      Carmen Lúcia

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  2. Lindo, lindo, lindo, Carmen!!!
    ...
    Asas invisíveis, voos indescritíveis,
    provam a si mesmas
    a não gravitação entre Terra e céu,
    entre corpo e alma,
    entre céu e léu,
    entre tudo e céu...
    mundo a parte que reparte
    enlevo,entrega,beleza, o surreal...

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    1. Obrigada, querida Verluci.Seu comentário me deixou bastante feliz!

      Beijos!

      Carmen Lúcia

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