sexta-feira, 7 de setembro de 2012


Eu, o Poder!

Eu, o Poder!
Cala-te, poeta!
Teus sonhos altruístas e liberais
ameaçam os meus, consumistas e tridimensionais.
Tuas atitudes certas imbuem-se de gritos de alerta
às minhas, duvidosas e incorretas...
Teus vôos inusitados e abrangentes
podem estimular muita gente
a quebrar correntes...(hoje,liberdade aparente!)
Vôos incoerentes a uma inverdade existente.
A luz que irradias ameaça clarear caminhos
que quero manter em vão...na escuridão.
Tua essência põe em risco toda a abordagem da embalagem,
roubando-me a prepotência, a persistência...
O teu lirismo contagiante carrega multidão adiante,
mudando seu pensar...
E eu não quero vê-la dissipar.
Tua poesia é como um escudo salvador
livrando-te a alma do poder avassalador...
Tua sensibilidade me acovarda, me amedronta
ao quebrar o gelo da sociedade que me afronta...
Teus anseios pelo fim das desigualdades
ferem meu egocentrismo, minha vaidade...
Enfim, cala-te, poeta!
Não destruas meus castelos construídos
pelo suor, sangue e dor
de um povo pacato e sonhador!

_Carmen Lúcia_
Carmen Lúcia Carvalho de Souza
13/12/2007

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