Priva-me das melhores sensações,
diz que é pra me ver feliz.
Prende-me se quero
ir,
tolhe lembranças de minha raiz,
sufoca minhas emoções
que eu escondo ao engolir,
lança-me ao que
quero fugir,
dopa o sonho que anseio sonhar,
corta-me as asas se as ameaço alçar.
Esse meu lado racional me consome
alheio ao que alimenta
minh’alma,
ao que sacia minha fome,
à paz a me trazer a calma.
Impõe regras, preceitos, conceitos,
coíbe meu modo de ser, de não ser,
de sofrer, espairecer, viver…
Inibe minha vontade, minha identidade,
minha verdade, minha autenticidade.
Nem sabe das cores, das flores, dos olores
que cirandam à minha volta
e me elevam ao mundo que fomento
onde voa livre meu
pensamento
ao encontro das mais fortes emoções.
Ainda que em linhas retas trace minha rota
(esse meu lado (ir)racional),
o coração a razão derrota.
Carmen Lúcia
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