terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O que é Natal?



O que é Natal?

No ar prenúncio de Natal...
Data máxima da cristandade.
Jesus virá ao mundo para nos salvar,
Espírito Santo a se materializar.

De Maria o sim concedido para o gerar,
em seu ventre o filho de Deus acalentará
sem pecar, em sua casta humildade,
ato sublime e decisivo para a humanidade.

É preciso celebrar, a data cristã relembrar,
não deixar que tal abnegação se perca
ao buscá-la na cruz em que Jesus morreu.
É preciso resgatar o tempo e tentar mudá-lo
ao realizarmos essa mudança em nós.

Despojarmo-nos do egoísmo que impera,
da arrogância descabida que revela
uma sociedade competitiva a visar ganhos,
abandonando os que vivem em abandono
implorando uma migalha de amor, de atenção, de pão...

Até que esmoreçam e troquem as correntes...
as que deveriam ser de amor, por tristes algemas,
calando para sempre qualquer sentimento nobre
que poderia ter raízes e crescer no coração do pobre.

Enfim, mais um natal desponta.É dezembro!
Nunca é tarde, sempre é tempo.
A esperança baila, mas não vai embora.
Quem sabe vejamos melhor agora.

Ainda é hora de se plantar o amor,
de cultivar a semente,
perpetuar seu significado,
de auxiliar a estancar a dor,
perdoar e ser perdoado.
Esse é o Natal que Jesus almejou.

_Carmen Lúcia _

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Juntando versos






Hoje  acordo mais leve
sem o fardo do mau pressentimento
causado por antigos vendavais…
Olho a luz do dia
e a melodia improvisada pela sintonia
-alma e coração-
leva-me a dançar em sentimentos,
salpicando o chão de emoções,
bailarina a esbanjar talento
em suas fases de condoídas vibrações.

Entrego-me ao abraço do momento
sentindo o afago do encantamento.
Junto  versos avulsos e perplexos
de desgastadas poesias
a decantar saudade e agonia…
Quero renovar-lhes a fantasia
-que já pende à realidade-
esquálida, entorpecida,
cedendo a tal fatalidade.

Mas pela fresta do anoitecer
perdem-se palavras e significados,
a luz se vai com o entardecer…
Sinto o peso do escuro
e meu coração, medo do futuro.

_Carmen Lúcia_


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Hoje




Junto os dias felizes,
ainda que recorrendo ao passado,
às cores dos campos matizados,
relva que hoje acolhe meus pés
amaciando a caminhada.

Faço e desfaço o que bem quiser.
Brinco de criança, sou esperança
do bom tempo que fizer.
 Entrego-me a  besteiras
sem me preocupar
com o que der e vier.

Deixo o amanhã para depois…
Que me espere  na última curva
de uma estrada turva
marcada por atropelamentos,
derrapadas de quem às pressas
quis chegar ao topo da jornada.


Busco o sonho guardado
numa esquina qualquer do tempo…
Com um sopro o faço reviver
após anos  de cárcere privado
e agora vem me surpreender
realizando o desejo mais esperado.


Traz o hoje, presente embalado
pela essência do inesperado
 certeza do que se pode viver
descartando desperdícios
 de instantes fracionados e contados,
mofados pelo ócio de se perder,
apostando no amanhã
que pode não acontecer.


_Carmen Lúcia_