sexta-feira, 19 de junho de 2015

Encenação



Como protagonista
executei o meu papel.
Dei o melhor de mim,
mais do que podia,
mais do que se exigia
e fui extremamente fiel.
Não sei se a mim mesma
ou à história que revivia.
Nunca uma encenação saíra tão perfeita.
Nenhuma cena precisou ser refeita.
Não foi difícil encenar aquele amor,
mas foi difícil encarar de novo a dor.
Saí de cena!
(Saí mesmo?)
Agora o impossível.
Separar a história, a atriz
da vida verdadeira,
da vida que restou,
da cena derradeira.
Confusa, já nem sei o que é real.
Saio do palco, perco o chão, sobra emoção…
E continuo contracenando com a ilusão.

_Carmen Lúcia_

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