domingo, 30 de dezembro de 2012

Libertação






Se minha vida é uma prisão,
E trago contida minha verdade,
Sorriso nos lábios é simulação,
Prazer no que faço, dissimulação...
A espontaneidade cabal falsidade...

Armo-me de coragem,
Cobre-me a camuflagem,
Esperando o momento oportuno
De rebelar-me, soltar-me, achar-me...

Nesse papel em branco, caneta em punho,
Traço meu plano de fuga, um tanto soturno,
O meu desejo insano ou mesmo profano
De correr ao encontro da liberdade,
Braços abertos à própria vontade...

Libertar em poesia tudo o que sou...
Recolher a fantasia que ainda restou,
Num expressar escancarado, nada forçado,
 Dançando anseios na chuva que molha
E limpa meu corpo do que o deflora...
Trazendo de volta a alma que agora
Chora a emoção, liberta a expressão,
Sorri o livre-arbítrio, afaga o que aflora.


Carmen Lúcia

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