quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sinos

Sinos
   (imagem copiada do Google)

Conto com minha insensata sensatez pra continuar,
com minha imperfeita perfeição pra prosseguir,
com minhas ilimitações limitadas pra desbravar,
com minhas fragilidades pra não desistir.
Conto com meus erros e acertos para reaprender,
com derrocadas e vitórias pra me fortalecer,
entre lágrimas e sorrisos quero me ver
pois assim são escritas as páginas da vida.
E assim foi o ano que se finda,
dores imensuráveis, decepções, fatalidades,
e flores indescritíveis beirando estradas arborizadas
  de um palco descortinado onde se encena a realidade.
Claro que tudo foi aceito como lição,
descarto o peso inútil que me foi provação
e me entrego mais leve pro futuro que descreve
o ressoar de sinos a celebrar o novo ano que virá.

(Carmen Lúcia)
 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Tempo de Natal




(imagem copiada do Google)


Tempo de Natal...


Os sinos bradam alegremente...
Anunciam um suposto novo tempo,
tentam arquivar no esquecimento
os contratempos que marcaram a vida,
agentes de todo o mal...
 
Querem incutir o bem
num esforço supremo de alegrar alguém,
como se a dor instalada no peito
pela saudade que nada dá jeito
se esvaísse com as badaladas,
ressuscitando pessoas amadas
ceifadas do âmago de nosso contexto.
 
Estrelas se põem à mostra
acendendo um céu
que de marinho se borda.
O mesmo céu onde a lua aporta
inundando os lugares de prata angelical
de um mundo manchado de vermelho,
molhado de lágrimas, desolado, aviltado
em contraste com a suavidade da noite
inocente, a ofertar a paz celestial.

 
Tempo de Natal...
 
Árvores são enfeitadas com aparato,
luzes coloridas faíscam com recato,
exterioridades expõem beleza e luminosidade
que não alcançam os interiores escuros,
não abrangem o significado da data
nem apontam o caminho da simplicidade
onde o amor transita com humildade.


_Carmen Lúcia_



domingo, 4 de dezembro de 2011

Flor tardia

Flor tardia
(imagem copiada do Google)


 Sou da primavera a flor tardia
escondida na relva escura e baldia
onde o brilho do sol não se aventura
e a luz do luar nunca me vê...

Fruto de sementes corroídas
de solo infértil e devastado
onde cores jamais se aproximam
e o perfume expira já fora do prazo .

Viva, graças às migalhas que o vento
sem contento,sopra em minhas pétalas deflagradas,
e a seiva que esforço em retirar da terra,
derramo em lágrimas poluídas e malfadadas .

Sou o que restou da estação mais bela,
o que ficou pelos cantos, esquecida,
 flor que não cumpriu sua missão,
que  surgiu  quando se foi a primavera.



_Carmen Lúcia_